Essa semana recebemos a turma de Agroecologia da Associação Mico Leão Dourado

Em 1764, Voltaire já escrevia “um pequeno número de veres vivos desempenham grandes papéis, mas os restantes se perdem na planície”. Parece inegável, confrontando com os processos de produção agrícola estimulados na segunda metade do século XX e seus crescentes impasses tecnológicos e sociais.

O padrão da chamada Revolução Verde, que atinge atualmente os seus limites, à luz de tantos indicadores disponíveis, encontra a possibilidade concreta de sua superação, materializando a transição a uma agricultura cujos imperativos de produção possam compatibililizar-se com as exigências sociais de contínuo aprimoramento de suas relações com o meio ambiente.

Assim emerge o campo próprio da agroecologia, um novo campo científico, essencialmente destinado a aplicar os conceitos e princípios da ecologia ao manejo de sistemas de produção alimentar, assegurando a sua permanente sustentabilidade.

A Agroecologia sugere alternativas sustentáveis em substituição às práticas predadoras da agricultura capitalista e à violência com que a terra foi forçada a dar seus frutos. Como Hans Sachs, que percebe a loucura, a ilusão e a futilidade da existência no início da modernidade, e que a saída para o mundo cercado e esgotado do nosso tempo não está em aferrar-se às normas do dogma produtivista, de um crescimento sem limites, que já não se sustenta, senão em transcendê-las através de um novo saber

A Agroecologia é terra, instrumento e alma da produção, onde se plantam novas sementes do saber e do conhecimento, onde enraiza o saber no ser e na terra; é o caldeirão onde se amalgamam saberes e conhecimentos, ciências, tecnologias e práticas, artes e ofícios no forjamento de um novo paradigma produtivo.