A prestação de serviços no meio rural é uma realidade no Estado do Rio de Janeiro, sendo o setor de turismo consideradoa “indústria sem chauinés” e uma esperança de desenvolvimento econômico para países pobres desde 1960.
Na Fazenda dos Cordeiros o Turismo EcoRural é dos nossos pilares de sustentabilidade, assim como Educação & Meio Ambiente, Produção & Agroecologia e Conservação, todos com a mesma importância apesar de contribuições diferenciadas.
Entendemos que o Turismo, quando mau administrado, pode gerar exclusão social e pobreza. Segundo Dias (2003), um destino turístico pode ter um boom de procura de um momento para outro, mas também pode entrar em decadência com a mesma velocidade com que cresceu.
Nesse aspecto, o turismo, mais que outra atividade é muito dependente do planejamento e do contínuo monitoramento do aspecto sociais e geográfico onde se desenvolve.
A Fazenda dos Cordeiros trabalha de “Porteiras Abertas” para a comunidade local e suas parcerias institucionais, entendendo que a massificação de um lugar turístico, pode representaria um risco em grau máximo para a degradação do ambiente natural e a ruína do próprio turismo, como descreve RODRIGUES (2000) que manifestou-se contrário ao grande afluxo de pessoas aos recursos, alegando que “o turismo destruirá o turismo”.
O ser Turista, normalmente depois de terem arruinado o seu próprio ambiente, querem usufruir do espaço e das pessoas que possam dispor de ambiente natural, aglomeram-se em outros locais para destruir o ambiente de outros em suas frenéticas tentativas de escapar, nem que seja por curto espaço de tempo, da pressão competitiva, poluição, crime e trabalho alienante (“corrida dos ratos”).
Considerando o pensamento acadêmico do Dias (2003) em que o impacto do turismo sobre o meio ambiente é inevitável, a Fazenda dos Cordeiros trabalha no sentido de manter os limites aceitáveis, para não provocar modificações ambientais e sociais irreversíveis e que não prejudique o prazer dos nossos visitantes ao usufruir do lugar que preservamos a natureza e as tradições das atividades rurais.
É possível agregar valor ao meio rural com a prestação de serviços, inclusão social e responsabilidade econômica, alinhadas com os pensamentos de Wahab e Pigram (1997) que consideram que nem todas as mudanças geradas pelas atividades de turismo levam, necessariamente, à degradação. Pelo contrário, se forem levadas a cabo de forma responsável, o desenvolvimento do turismo pode contribuir substancialmente para melhorar o ambiente, levar a um aumento de prazer do turista e assegurar a proteção ecológica.
Falar em Turismo Responsável e como dizer “Desenvolvimento Sustentável” sendo relativamente novo, se comparado à duração da Revolução Industrial, já na França é considerado Turismo Responsável, tendo em vista o surgimento da expressão devido aos riscos que a atividade econômica industrial estaria levando a vida na Terra, como podemos constatar nos dias de hoje.
Na Fazenda dos Cordeiros adotamos a estratégia de desenvolvimento socioeconômico a longo prazo e ecologicamente consciente, procurando minimizar as retiradas sobre os recursos não renováveis e sugerindo padrões alternativos de crescimento organizado com parcerias e contribuições da comunidade local.
Nosso desafio consiste na redefinição das formas e usos de crescimento territorial, estabelecendo processos alternativos de desenvolvimento em base sustentável, ressaltando que a tarefa exige uma gestão ecologicamente prudente dos recursos, cuja renovação seja limitada, principalmente a humana.
Hoje em dia é bem comum o conceito de Desenvolvimento Sustentável com base Local. Segundo Buarque (2002), o Desenvolvimento Sustentável Local é um processo endógeno, registrado em pequenos povoados, capaz de promover o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida da população. Representa substancial mudança na organização social em nível local, resultante da mobilização das energias dos atores envolvidos, explorando as suas capacidades e potencialidades específicas. Neste sentido, estabelece que:
[…] é o processo de mudança social e elevação das oportunidades da sociedade,
compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, a
conservação ambiental, a qualidade de vida e as eqüidades sociais, partindo de um claro
compromisso com o futuro e com a solidariedade entre gerações (BUARQUE, 2002, p. 33).
Na gestão da Fazenda dos Cordeiros o Turismo Responsável que visa o Desenvolvimento Sustentável do território está baseado nos seguinte princípios:
- Democratização da vida social e a integração de todos os grupos sociais em torno de objetivos do desenvolvimento sustentável, mobilizando a sociedade, para que a gestão se faça de forma compartilhada.
- Implementação de um conjunto de atividades estratégicas de desenvolvimento rural e comunitário, para combater a pobreza de grupos populacionais e para ativar as pequenas economias, numa sociedade que dispõe de muitos recursos e potencial para criar um futuro melhor.
- Proteção dos recursos naturais e promover o equilíbrio ambiental. Constitucionalmente, os municípios são responsáveis pela gestão ambiental, necessitando, para isso, monitorar o manejo sustentável dos recursos, de tal forma que as comunidades presentes e futuras possam conservar o patrimônio natural no longo prazo.
Não é tarefa fácil reverter a resistência ao processo participativo por ter sua explicação na cultura institucional brasileira e na percepção política de “participação” como divisão de poder nas esferas instituídas.
Parcerias com a Universidade da cidade de Breda e o Studio Why da Holanda foram fundamentais para o processo de desenvolvimento dos jovens da localidade do Imbaú onde está inserida a Fazenda dos Cordeiros, pela participação comunitária, onde “a garantia ética de sustentabilidade do processo, que parece expressar a perspectiva central do conceito de desenvolvimento sustentável, estará certamente assegurada e qualquer que seja o rumo para a região, ele tenderá a refletir as expectativas e demandas locais” como dito por (IRVING,2002, p. 43).
Concordamos com a pensamento acadêmico da pesquisadora Coriolano (1998), no processo de desenvolvimento local, o turismo não seria uma atividade única na região, deveriam ser fortalecidas todas as atividades econômicas anteriores, sobretudo, a agricultura, a pesca e o artesanato para assegurar a sustentação do turismo; assim, o turismo seria apenas mais uma opção econômica. Coriolano também destaca a importância da preservação cultural como fator de atração ao turismo e de satisfação das próprias comunidades tradicionais.
Para a Fazenda dos Cordeiros o “modus vivendi”, os usos, os costumes, o folclore, a arte local, o modo de vida devem ser transmitidos e não transformados pelo convívio com os visitantes.
Acreditamos na diversidade e que não existem lugares iguais. Ao contrário da tentativa que se vem implementando na homogeneização lugares, paisagens e culturas, A Fazenda dos Cordeiros não é um “shoppings” onde tudo é igual em todos os lugares e sentidos.
Os lugares globalizados tendem a homogeneização. Infelizmente o turismo lamentavelmente vem seguindo este mesmo modelo quando deveria respeitar e valorizar as diferenças
Quando um Turistas busca autenticidade em uma propriedade rural ele entende que a Fazeda dos Cordeiros é uma fazenda de verdade, onde trabalhamos a diversidade de produção e serviços, contribuímos para uma sociedade local mais equalitária e preservamos o meio ambiente em que vivemos, afinal o nosso planeta é o lugar onde moramos e o único lugar onde podemos viver, camo já dizia Luisa Pinho Sartori