Os Circuitos de longa distância da Fazenda dos Cordeiros, sinalizados nos padrões internacionais do Club Vosgien, poderá juntar esforços com o belíssimo Caminho de Cora Coralina, executado pelo Governo de Goiás em parceria com o grupo da sociedade civil coordenado por Bismarque Villa Real.

Quem sabe um dia o GR1 vai mais longe... e pode chegar até a Bahia pela rota descrita por Luiz da Cunha e Menezes quando veio da Baía de Todos os Santos até Vila Boa, para assumir o Governo de Goiás, em 1778. Esse caminho, segundo ele, poderia ter circuitos nos Parque Estadual Terra Ronca, Parque Nacional Grande Sertão Veredas, Floresta Nacional Contendas do Sincorá e o Parque Nacional da Chapada Diamantina, entre outras possibilidades em áreas privadas que precisam ser estimuladas.

Os Circuitos de longo duração no Brasil precisam ser pensados como na Europa para se interconectarem e, dessa forma, estimularem fluxo de Turistas, deixando o legado com a criação de corredores de fauna entre a Mata Atlântica e o Cerrado.

Politicas públicas como o projeto Travessias e o programa Mata Atlântica do Parque Nacional do Iguaçu com a WWF também estimulam a criação de Circuitos de longa distância. As parcerias com as equipes locais e trabalhos voluntários, facilitarão a implementação do Turismo com hospedagem, alimentação e outras atividades.

Pico da Neblina, Lençóis Maranhenses, Restinga de Jurubatiba, Viruá, Chapada dos Guimarães, REBIO União, Mapinguari, Serra da Canastra, além da Floresta Nacional da Tijuca e dosTapajós e da Reserva Extrativista Chico Mendes, são algumas outras possibilidades de trilhas de longa distância em torno de Unidades de Conservação.

No tema voluntários, a Trilha Transcarioca, com mais de 100 km, na cidade do Rio de Janeiro, tem dado seus passos… Com apoio da ONG International Conservation, a capacitação se dá sobretudo por meio de viagens onde é feito o estudo de campo com os voluntários, dentre eles o Luiz Albuquerque da Rio Trilhas, Adriano Melo, Eduardo Cabral, César de Castro, Ivan Amaral, Horácio Ragucci, Alexandre Pedroso, Ernesto Castro, Patrícia Figueiredo, Celso Junius, Claudia Magnanini, Adilson Peçanha e Beto Mesquita dentre outros.

No Brasil podemos perceber um aumento das caminhadas peregrinas e a questão atual é como integrar as iniciativas existentes, com estratégia de conectores de paisagens e desenvolvimento do Turismo EcoRural. Nesse contexto, além das experiências na Fazenda dos Cordeiros e nos Circuitos de Cachoeiras de Macacu, podemos incluir as peregrinações de Passos de Anchieta, no Espírito Santo, o Caminho de Assis e o Circuito João Luiz Pozzobon- Caminhando pela Paz.

No campo acadêmico, existem vários trabalhos muito interessantes, dos quais destacamos o André Micaldas, Clarice Bastarz e Rodrigo Toniol que dedicaram suas teses e dissertações aos Circuitos de Caminhadas no Brasil e seus papéis socio-econômicos.

Como se vê, a ideia genial dos Europeus já está assimilada em nossas terras, O novo não é pensar trilhas de longa distância, mas planejá-las como ferramenta de desenvolvimento sustentável, conectando iniciativas privadas, unidades de conservação e politicas públicas de forma a gerar emprego e renda no processo de implantação do Turismo EcoRural.